"Olha, Marília, as flautas dos pastores."
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara.
Breve Análise do Soneto: Esse é um dos poemas líricos mais conhecidos de Bucage e é importante
destacar também os aspectos da estética Árcade que ele apresenta, transmitindo
a ideia da arte como uma cópia da natureza refletida através da tradição
clássica.
Nele é possível notar a valorização da natureza, pois Marília, a amada,
é convidada pelo eu-lírico para aproveitar a manhã e admirar alegria do campo
ao som harmônico que das flautas.
Segundo o eu-lírico, tudo de encantador que natureza transmite não tem
a mesma beleza sem a sua amada, podendo entristecer mais que a morte se ela não
aparecer e desfrutar junto a ele, o ambiente que narra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário