quinta-feira, 19 de maio de 2016

"Olha, Marília, as flautas dos pastores."

Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara.


Breve Análise do Soneto: Esse é um dos poemas líricos mais conhecidos de Bucage e é importante destacar também os aspectos da estética Árcade que ele apresenta, transmitindo a ideia da arte como uma cópia da natureza refletida através da tradição clássica.
          Nele é possível notar a valorização da natureza, pois Marília, a amada, é convidada pelo eu-lírico para aproveitar a manhã e admirar alegria do campo ao som harmônico que das flautas.
          Segundo o eu-lírico, tudo de encantador que natureza transmite não tem a mesma beleza sem a sua amada, podendo entristecer mais que a morte se ela não aparecer e desfrutar junto a ele, o ambiente que narra.



Nenhum comentário:

Postar um comentário